Antes de mudar para Bauru, eu fiz questão de dar um pulo no CCBB para visitar a exposição "Comciência", da artista Patrícia Piccinini. A exposição vai até o dia 27/06, no centro do Rio. E, atenção, a exposição oferece "guia auditivo" através de QR Code explicando algumas obras. Caso você não tenha se ligado nisso quando foi na exposição - ou não tinha um fone de ouvido, como eu - você pode ouvir os áudios nesse link.
Pelo que entendi da exposição, a idéia é levantar a questão sobre o "exótico" e o belo através da ideia de mutações genéticas. Algumas obras são bem perturbadoras, principalmente no primeiro momento, mas ao final da exposição essas "anormalidades" deixam de ser estranhas ao olhar.
A exposição começa chamando atenção no pátio central com um balão gigante que funciona com um pulmão enchendo e esvaziando mostrando a figura de uma menina embaixo que fica completamente escondida enquanto o balão está inflado. A situação é um pouco estranha, pois quando você olha pela primeira vez, pode jurar que é uma menina de verdade.
A exposição segue por dois andares mesclando esculturas, quadros e produções audiovisuais. As obras abordam questões sobre a influência da tecnologia, mutações genéticas e "anormalidade".
No final da exposição você encontra uma estrutura enorme onde o chão treme no ritmo de respirações que são transmitidas por caixas de som e um telão enorme com a imagem desses "seres" respirando. A ideia é retratar uma crise de ansiedade através da respiração.
Eu particularmente gostei mais das partes que trataram sobre os seres "estranhos" que pareciam tão reais e me fizeram questionar o meu próprio conceito de anormalidade, já que no final da exposição aquelas figuras se tornaram tão familiares.
Veja algumas fotos que tirei da exposição:
(Fotos tiradas por Nina Novaes com Samsung Galaxy S5)
Em conversa com o Blackito, ele me falou sobre algo que eu não tinha notado. Nas estátuas onde se fazia uma oposição declarada entre o belo e o anormal, o belo sempre foi representado por uma criança branca. Um exemplo de como a arte pode ser vista e interpretada de diferentes formas a partir de nossas próprias experiências de vida.
Para trazer a questão das mutações genéticas para o território da arte, a artista australiana apresenta um universo de criaturas desconhecidas, porém palpáveis e surpreendentemente afetuosas. ComCiência, um neologismo que carrega sentido duplo, conectando consciente e ciência, propõe ao público um percurso narrativo entre esculturas, desenhos, fotografias e vídeos.
Curadoria: Marcello Dantas
Que super bizarro!!!! Eu fiquei com vontade de visitar essa exposição.
ResponderExcluirEssa é a parte de vir pro interior né? Não tem nada disso aqui :(
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