Escrever sobre Marian Keyes pra mim é sempre uma honra, mas também uma grande responsabilidade. Principalmente porque acho muito difícil traduzir em palavras o impacto que a escrita dela tem sobre mim. É impossível enumerar o tanto de coisa que os livros dela já me ensinaram.
Sobre a vida, sobre relacionamentos, sobre humor e também sobre escrita.
Com The Break não foi diferente. Ele foi um daqueles livros que eu enrolei a leitura só para prolongar pelo máximo de tempo possível. Vocês costumam fazer isso também? Com quais livros? E com quais autores?
Com a Marian Keyes eu faço isso sempre. Principalmente quando a atmosfera do livro é daquelas que dá vontade de morar dentro.
The Break começa com Hugh, marido da Amy, pedindo um tempo de seis meses do casamento deles para fazer uma viagem pela Ásia na tentativa de ~se encontrar~.
Amy, desesperada e com três filhas adolescentes para criar, se vê aceitando as condições do marido por saber que ele já não é mais o mesmo desde a morte do seu pai. E entender que aqueles seis meses de tempo poderia ser a salvação para o casamento estagnado deles.
Ou não.
Pois também há grandes chances de ser o fim definitivo para a união dos dois, que apesar de ter muitos pontos positivos, têm uns tantos negativos também.
Porém, o ponto de virada do livro é que se Hugh tem seis meses de tempo para fazer o que desse na telha, Amy também.
E são as escolhas que eles fazem durante esse tempo e a incerteza de que o casamento deles vai sobreviver a tais escolhas que faz o leitor devorar as 567 páginas do livro.
Contudo, sendo um livro de Marian Keyes, é claro que a trama não gira apenas em torno da relação ou não-relação do casal.
Esse livro originalmente seria uma continuação do livro “Melancia”, o primeiro livro da série da família Walsh, também o primeiro livro publicado pela autora. Mas ela disse no bate-papo na Bienal do Livro de São Paulo (2016) que preferiu não fazer a Claire, personagem principal de “Melancia”, sofrer mais do que ela já sofreu no primeiro livro. Logo, “The Break” acabou sendo um livro único, mas com uma família com um clima tão ótimo quanto a família Walsh.
Essa é uma das melhores coisas do livro. A relação de Amy com as filhas adolescentes é outra. As lições de feminismo e Girl Power que são passadas de uma para outra são de aplaudir de pé.
O livro ainda nem chegou ao Brasil (calculo que deva chegar no ano que vem, pois a Bertrand, editora que publica dos livros da Marian Keyes aqui, sempre está em dia com os lançamentos da autora), mas eu já estou ansiosa para o próximo lançamento da autora.
Como sempre fico.
Mais sobre o livro
Título original: The Break
Autora: Marian KeyesAno: 2017
Editora: Penguin
Páginas: 400
Nenhum comentário:
Postar um comentário