Minha memória nunca foi das melhores, então não sei dizer se já fui na Bienal quando era criança. Provavelmente devo ter ido com a escola, mas definitivamente não foi a mesma coisa do que é desde 2016. Neste ano eu já tinha blog e estava muito mais inserida no mundo da leitura, por isso considero essa a minha primeira Bienal de verdade.
Lembro que foi aqui em São Paulo e eu tinha conseguido uma credencial por causa do blog. Já tinha amizades pela web, que se tornaram mais fortes depois que encontrei essas pessoas pessoalmente no evento. Uma delas foi a Nina, que tive o prazer de receber lá em casa, já que ela é do Rio. E foi por ela estar aqui, um dos motivos de essa edição da Bienal ter sido tão especial.
Por esse ser um evento tão grande e que dura tantos dias é muito legal ter uma companhia fixa, a qual você pode ficar grudada e explorar os estandes. Quando você está sozinho, além de não poder ir no banheiro quando está numa fila, não é a mesma coisa. Parece que as palestras e autógrafos não tem a mesma graça. Você não pode olhar para a pessoa do seu lado e sorrir sem precisar dizer nada, porque ela sabe exatamente o que você está sentindo.
Acho que a Bienal sem a Nina, pra mim nunca vai ser a mesma coisa. Desde 2016 fomos para esse evento juntas e quase se tornou uma tradição. Fazemos sempre nosso planejamento juntas, pensamos nos autores que queremos ver, nos estandes que estão mais interessantes e nas promoções que valem a pena.
Além, é claro, dos perrengues, desde esperar horas em uma fila até passar fome e frio juntas. Mas o legal é isso: mesmo com o cansaço e o corpo dolorido, estamos vivendo aquilo juntas. Outras pessoas podem não entender porque passar por tanto sufoco só para ver o que vemos quase todos os dias: livros. Mas nós sabemos porquê. Entendemos a paixão uma da outra pelos livros e entendemos a magia que só a Bienal trás para um leitor. É uma atmosfera contagiante, andar por aqueles corredores, encontrar amigos que só falamos pela internet, agradecer pessoalmente aquele autor por ter escrito aquela obra que nos emocionou tanto, passar por pessoas fantasiadas, ouvir palestras inspiradoras... Enfim, só quem já foi sabe como é.
Então, sou muito grata à minha primeira Bienal, que me ensinou muitas coisas. Me motivou a continuar com o blog, mesmo nos momentos de falta de inspiração, me ensinou que amizades vão além da distância e me mostrou que livros são mais do que letras em papel. Hoje sei o valor que eventos como esse possuem e a importância de divulga-los para que cresçam cada vez mais. A Bienal do Livro é muito mais do que apenas um evento para aumentar vendas, é uma reunião de amantes da literatura.
Raíssa Martins
Raíssa Martins, jornalista, blogueira e assessora de comunicação. Ama livros, chocolates e gatos. Autora do blog O outro lado da raposa.
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