Falar sobre a bienal é reviver muitas histórias engraçadas, correria, encontro com autores, filas, lembrar do cansaço depois de um dia inteiro andando com a mochila pesada pelos diversos pavilhões, lembrar das amizades e das pessoas que eu pude conhecer graças a esse evento incrível, que eu fico contando os dias para chegar.
Letícia, a esquerda; Harlan Coben, no meio; e Flávia, a direita. |
A minha primeira bienal do Rio foi em um passeio de escola, não lembro o ano, mas eu estava no ensino fundamental e foi ótimo e andar livremente por aqueles corredores. Um fato legal dessa bienal foi conhecer a Thalita Rebouças, quem a conhece sabe que ela vira e volta fala que antigamente ficava gritando, fazendo maluquices para atrair os leitores. Eu sou prova viva de que isso realmente aconteceu, eu e minhas amigas fomos até ela, compramos ‘Fala sério, mãe’ e tiramos uma foto em grupo, naquela época ainda não tinha smartphone então nunca tive em minhas mãos a foto tirada na câmera de uma das minhas amigas, mas dá um super orgulho de ver filas gigantes para a Thalita hoje em dia.
Neste relato quero dar um foco para a minha primeira bienal de SP, já que estamos contando os dias para ela, mas para falar dela, primeiro preciso falar do Harlan Coben, também conhecido como o ‘Mestre das noites em claro’ ou meu escritor favorito. Eu o conheci por acaso quando fui a biblioteca da escola e vi um de seus livros, ‘Desaparecido Para Sempre’, ali mesmo comecei a ler e precisei alugar porque simplesmente necessitava descobrir o que acontecia no final, é claro que virei a noite lendo, me tornei fã e na bienal seguinte eu comprei alguns de seus livros, não sei vocês, mas quando eu era mais nova e não trabalhava, as bienais eram uma das únicas oportunidades para comprar livros novos, até o dinheiro para almoçar eu dava um jeitinho de comer algo barato para poder comprar mais livros.
Anos depois, em 2014, já com mais de vinte livros do Harlan Coben lidos e com criação de uma fanpage no facebook e posteriormente um blog dedicados a ele, em parceria com minha amiga Flávia, a bienal de SP anuncia que ele irá vir ao Brasil para o evento, vocês conseguem imaginar como eu surtei ao ver o banner de divulgação? Já fiquei imaginando qual livro eu levaria para autografar, sendo que eu nem sabia se teria dinheiro para viajar para São Paulo e nem se eu iria conseguir senha.
Posteriormente a divulgação da vinda pela página da Bienal, a Editora Arqueiro da qual na época o meu blog já era um dos parceiros divulga que irá fazer um sorteio entre todos os blogs para um café da manhã com o Harlan Coben e novamente conseguem imaginar como eu surtei? Dá até uma palpitação só de lembrar. Eu e minha amiga começamos a pensar que precisávamos ganhar esse sorteio, mas como #ajudaLuciano. E eis que os lindos e maravilhosos da Editora Arqueiro entram em contato com a gente, nos avisando que pelo fato de termos a página e o blog dedicados a ele, nós não iríamos participar do sorteio, já tínhamos lugar reservado! Nossa, a partir disso a gente não conseguia pensar em outra coisa senão a bienal.
Eu trabalhava na época, não podia faltar nenhum dia e não tinha como arcar com avião e hospedagem em SP, além do fato de que vai que o avião atrasa? Ou o tempo fica ruim? Ou pego um trânsito horrível do aeroporto até o Anhembi? Eu não podia arriscar, tínhamos um horário fixo para estar no hotel para o café e caso nos atrasássemos não havia segunda chance, já que pelo fato de irmos para o hotel iriamos consequentemente perder o horário de distribuição das senhas para o autógrafo na bienal, então eu decidi fazer um bate e volta, já que a rodoviária do Tietê é do lado de onde é a bienal, unindo o prático, seguro e barato.
Cheguei bem cedo em São Paulo, por volta de umas 6h, devíamos estar no hotel por volta das 8h, tudo tranquilo né? Mas cadê minha amiga que não chega? Ela estava vindo de Santos e chegaria de metrô, vocês não têm ideia da angustia em que fiquei até encontra-la, e uma coisa legal é que nós não nos conhecíamos na vida real, só nos falávamos pela internet, e foi um baita alívio quando por volta das 7h15 a vi descendo a escada rolante, nós nem nos falamos direito, só lembro que pegamos um táxi e fomos para o hotel como se não houvesse amanhã.
Depois de muita correria, deu tudo certo, chegamos, escolhemos nossos lugares e ficamos esperando o Harlan. E eis que ele chega, para quem não o conhece, ele é muito alto e careca, estava com um terno azul e fez questão de apertar a mão de cada um de nós que estávamos o aguardando, já nesse momento eu era a pessoa mais feliz do mundo, poderia morrer ali mesmo.
Como podem imaginar o bate papo com ele foi incrível, ele é muito simpático, respondeu as perguntas, fez brincadeiras, o sentimento que eu fiquei era de que estava ali com um velho amigo. No final fizemos uma fila para autógrafos e aquela conversa individual com ele, eu fiquei no meio da fila e percebi que ninguém estava pedindo um abraço, mas eu não podia perder aquela oportunidade, né? Quando chegou a minha vez, eu pedi abraço, tirei selfie (o nervosismo era tanto que fui descobrir só depois que a câmera estava filmando, tenho um vídeo-selfie com ele) e quando ele foi autografar meus livros cheios de post-it, ele virou e disse: nossa, você conhece mais o meu livro que eu! Depois eu e minha amiga demos uma bandeira do Brasil cheia de recados dos seguidores da página e claro que tiramos mais fotos.
Ele na bienal não foi diferente, deu um show de simpatia, autografou livros até de quem estava sem senha, deixou que beijassem a careca dele, e posso dizer por experiência própria que ele tem um abraço muito quentinho.
A minha primeira bienal de SP foi um dos melhores momentos da minha vida, eu nunca vou esquecer esse dia incrível que me tornei ainda mais #HarlanLover, todo o esforço valeu a pena e faria tudo novamente, talvez quem sabe com mais um abraço no Harlan.
Letícia Rodrigues
Letícia é niteroiense, historiadora a graduanda em Direito em busca de um lugar ao Sol nesse mundo. Tem a fanpage Série Myron Bolitar – Harlan Coben e o blog MyronBolitarLoversbr em parceria com sua amiga Flávia, no qual compartilham resenhas e novidades sobre o Harlan e seus livros. Acredita que nada é melhor que um dia após o outro e assim como o personagem principal da Série Myron Bolitar tem como lema o ditado iídiche: o homem planeja, Deus ri.
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