A paixão por ler - "Minha Primeira Bienal" por Frini Georgakopoulos

Complexo escrever sobre a minha primeira Bienal porque faz muuuuuito tempo e também porque cada Bienal é especial de forma diferente. Lembro que, antes de voltar a ser leitora voraz, ia a Bienal só para ver o movimento e comprar quadrinhos da Buffy. A minha primeira Bienal como leitora mesmo foi a de 2009, no Rio de Janeiro. Fui para ver Meg Cabot e Bernard Cornwell e foram minhas primeiras filas de autógrafos. Mas o que mais me marcou nesse dia foi que, a cada dois passos encontrava leitores, pessoas que frequentavam o Clube do Livro Saraiva. A cada dois passos era um mar de abraços, fotos, troca de senhas, dicas de descontos nos estandes. Foi a primeira Bienal que eu me senti como parte do evento.


Dois anos depois, em 2011, foi a primeira vez que mediei um bate-papo na Bienal do Rio. Foi com a americana Lauren Kate, autora de “Fallen”. A sensação de ver meu nome na programação oficial, de subir ao palco para fazer perguntas e mediar o papo com a Lauren, que acabou se tornando uma querida amiga, foi incrível. Nunca vou esquecer!


Em 2014, fui para a Bienal de São Paulo pela primeira vez. Embora o evento de São Paulo seja muito menor do que o do Rio, eu SEMPRE me perco no único pavilhão! SEM-PRE! Enquanto sei exatamente onde tudo está nos três pavilhões do Rio, não me acho ao virar uma esquina no de São Paulo! Vai entender! 


Além de conhecer o autor Harlan Coben a convite da Editora Arqueiro e rever a querida amiga Kiera Cass, fui trabalhando para Sampa mediar a autora Cassandra Clare, a convite da Galera Record, a mesma maravilhosa que me deu a primeira chance ao mediar a Lauren no Rio. Foi um final de semana intenso: mais de três mil leitores em cada uma das duas sessões de papo com Cassandra. Isso nunca tinha me acontecido e foi TENSO! Mas também maravilhoso! Nos demos super bem e o público foi incrível. A sensação de dever cumprido (mesclada com a de “eu não morri!”) eu levarei para sempre!



Já em 2015, mediei algumas autoras no Rio de Janeiro, entre elas, Julia Quinn e Sophie Kinsella - e fui abrindo espaço para que, em 2017, pudesse fazer dez mediações – entre elas Jenny Han, Maurício de Souza, Paula Hawkins e V. E. Schwab  –, além de eventos do mercado editorial e do meu site, Cheiro de Livro. Nem tenho palavras para explicar como foi essa Bienal! Trabalhei horrores, fiquei sem voz e faria tudo de novo. 


Mas foi no ano entre esses dois, em 2016, em São Paulo que, além de mediar a maravilhosa Jennifer Niven e outros autores, lancei o meu primeiro livro. Ter o meu livro em destaque na estante da Seguinte dentro do estande da Companhia das Letras foi .... acho que até hoje a ficha não caiu. Não vou dizer que sempre quis escrever um livro, mas sempre quis fazer a diferença, ajudar pessoas e por meio do meu “Sou fã! E agora?” sinto que dei o primeiro passo. Ter sessão de autógrafos marcada no estande  ... parece que foi coisa de outra pessoa, sabe? Foi sonho realizado, foi trabalho cumprido, foi a prova de que escolhi o caminho certo a seguir.


E o legal de todos esses anos, tanto no Rio quanto em São Paulo, é que, por mais que vá trabalhando, o carinho que senti naquela primeira Bienal em 2009 se repete e se amplifica. A todo momento, leitores como eu, leitores do meu livro, colegas do mercado editorial, se esbarram, conversam, tiram fotos, trocam dicas ... esse companheirismo é o que traz o diferencial para o evento. A sensação de estarmos todos no mesmo barco é muito gostosa e vicia. É o que me faz esquecer as incontáveis horas de preparo, as dores no corpo todo, a falta de voz e querer fazer tudo de novo.

Outras queridas leitoras deram nessa série várias dicas sobre o evento, contaram experiências e acho que a vivência de cada um sempre contribui para o todo. Mas ir a uma Bienal é sempre uma experiência única, diferente, toda sua. Aproveite cada momento, não se estresse, se prepare (tem um capítulo com várias dicas no meu livro! HA!), mas não esqueça da razão que te levou até lá: a paixão por ler. Compartilhe a sua e espalhe o amor pelas páginas sempre.


Frini Georgakopoulos

Frini Georgakopoulos é jornalista e pioneira na criação e apresentação de eventos literários no país. Já entrevistou em Bienais Internacionais do Livro Rio do Janeiro e de São Paulo, em livrarias e via internet inúmeros autores nacionais e internacionais. Palestrante em eventos e cursos sobre cultura nerd, fandom e entretenimento, como realizados na PUC-RJ e UERJ, Frini é criadora, curadora e apresentadora do Clube do Livro Saraiva, que acontece mensalmente há cerca de nove anos na Saraiva do Rio Sul. Colunista literária da Rádio Roquette Pinto (94,1 FM), Frini é autora do livro “Sou fã! E agora?” (Editora Seguinte) e co-autora – com Raphael Montes, Carolina Munhóz e Raphael Draccon – de “Criaturas e Criadores: Histórias para Noites de Terror” (Editora Record). Seu conto “Bem aqui”, publicado na Amazon, foi um dos ganhadores do concurso #BrasilEmProsa, realizado pelo jornal O Globo, a Amazon e Samsung. A autora também tem outros contos publicados na Amazon e no Wattpad.

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