Resenha: Uma Dobra no Tempo

Bloqueio de leitura. SAI DE MIM! Esse ano tem sido bem complicado engatar a leitura. O pior que nem é culpa dos livros, mas da vida mesmo. E acaba que eu fico muito triste, porque prolongo a leitura mais do que gostaria - ou até mesmo deveria. Infelizmente, Uma Dobra no Tempo caiu no meu colo justamente nessa maré horrível onde a leitura não flui. No entanto, eu te darei motivos suficientes para ler esse livro em um piscar de olhos.


Comecei a ler o livro comprando a ideia de que se tratava de mais fantasia infanto-juvenil a la As Crônicas de Nárnia e outros livros do gênero. Crianças se aventurando em lugares desconhecidos, de outros universos, com a ajuda de seres mágicos. De fato, a história resumida de maneira bem grotesca é isso. Mas se engana o leitor que acha que é só isso!


Em Uma Dobra no Tempo conhecemos Meg, uma menina muito geniosa que sofre bullying na escola e não consegue se adaptar aos padrões institucionais/educacionais; o seu irmão mais novo, Charles Wallace, que tem uma percepção do mundo extraordinária; e, mais para frente, nós somos apresentados a Calvin, que estuda na mesma escola que Meg. Os três acabam entrando numa jornada para em busca do pai de Meg e Charles através da ajuda das Sra. Quequé, Sra. Qual e Sra. Quem - uma mistura de bruxas, seres mágicos ou o que você interpretar lendo o livro. Essa jornada leva as crianças para universos e planetas muito longes e diferentes da Terra. No entanto, logo elas percebem que todos estão lutando contra um mal em comum. 

Algo que me surpreendeu durante a leitura é que o foco de Madeleine L'Engle não é ação ou até mesmo a aventura em si, um estilo mais usado em livros de fantasia recentes. Uma Dobra no Tempo tem o seu ritmo próprio e traz metáforas (intencionais ou não, por parte da autora) que nos fazem refletir sobre toda nossa percepção de mundo, até mesmo de coisas que estão acontecendo atualmente em nossa vida como sociedade. Ela conseguiu a grande proeza característica de uma obra clássica ser atemporal. As questões que ela aborda no livro, mesmo que de forma implícita, serve tanto para a época em que foi publicado nos anos 1960, como para agora. Mais do que isso! Ela também conseguiu escrever de forma com que o livro consiga despertar e prender a atenção de leitores de todas as idades extrapolando para além do seu público alvo.


Apesar de o livro não ter muita ação, os pontos de conflito e as respostas que ainda não foram respondidas, principalmente, sobre esse mal que atinge a todos, me deixou muito curiosa para continuar lendo a série. E justamente pelo fato do livro não envolver muitas cenas de ação, eu estou mais curiosa ainda para saber como a Disney adaptou esse livro para o cinema, como eles vão trazer alguns questionamentos que eu achei tão subjetivos durante a leitura... 

Aliás, alguns eu só vim a entender depois depois que li o posfácio escrito por Charlotte Jones Voiklis, neta da autora. Ela conta um pouco história de Madeleine L'Engle, suas influências e como foi difícil que esse livro fosse aceito para publicação. Essa edição da Harpercollins Brasil também conta com o discurso de agradecimento pela Medalha Newberry feito por Madeleine ao receber o prêmio em 1963. Essa com certeza é uma edição que todo amante, estudante e escritor de fantasia deveria ter. 

A estreia do filme está prevista para 9 de março em alguns países. No Brasil, a data de estreia é dia 29 de março. Uma Dobra no Tempo foi dirigido pela diretora Ava DuVernay. Ela também dirigiu e roteirizou um documentário que eu acho incrível: o documentário 13ª Emenda - que está disponível na Netflix. Pelo trailer e o elenco escolhido é possível ver esse será mais um filme trazendo representatividade para as telonas. 


Agora que li o livro, eu estou mais ansiosa ainda para ver o filme que despertou a minha curiosidade quando vi que Oprah (Diva) está no elenco. Então, aproveita que ainda dá tempo de ler o livro antes do filme lançar. Diferente de mim, eu tenho certeza que você lerá mais rápido que tesseratar... Que? Não entendeu? Vai ter que ler o livro! =P


Mais sobre o livro

Título original: Crosswicks
Autora: Madeleine L'Engle
Ano: 2017
Editora: Harpercollins Brasil
Páginas: 238

3 comentários:

  1. Aaaaa estou esperando ansiosa a estréia do filme! A história me pareceu muito doida hahaha
    Viu que vai sair uma edição de capa dura desse livro?

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    1. Oi, Rai! Nós também estamos mega ansiosas para o lançamento da adaptação. E essa edição da HarperCollins é em capa dura!! O trabalho editorial deles ficou lindo :)

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  2. No resultado uma surpresa ao ver que o filme funcionou de forma maravilhosa pela grandíssima mescla, acertada, de humor, entretenimento e efeitos especiais. O filme é uma viagem cheia de diversão, emoção e aventura. Chris Pine fez um excelente trabalho, seus trabalhos sejam impecáveis e sempre conseguem transmitir todas as suas emoções, é um ator que as garotas amam por que é lindo, carismático e talentoso. Mulher Maravilha é um dos seus filmes mais recentes dele, é maravilhoso! Este ator nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias essa é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. É uma história sobre sacrifício, empoderamento feminino e um sutil lembrete para nós, humanos, do que somos capazes de fazer uns com os outros. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio. É um dos melhores filmes ação gostaria que vocês vissem pelos os seus próprios olhos, se ainda não viram, deveriam e se já viram, revivam a emoção que sentiram. Eu gosto da forma em que ela esta contada, faz a historia muito mais interessante. Gal Gadot é ótima porque mostrou com perfeição a jornada de uma deusa, uma guerreira e uma mulher. Ela e Chris Pine são uma mistura perfeita. Eu recomendo!

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