Como é conhecer seu autor favorito?

Quem é seu autor favorito? Aquele que você corre para comprar um lançamento, fica dias a fio sonhando em conhecer e quase passa mal de ansiedade quando finalmente a presença do autor é confirmada em um tour que passa pela sua cidade.

A minha é a Meg Cabot. Por vários motivos, que talvez não caibam nesse post e sejam assunto para uma nova coluna. Mas em poucas palavras, Meg foi uma das minhas grandes portas de entrada para a vida de viciada em livros e foi também ela que me fez perceber que eu podia acreditar no meu sonho e escrever meus próprios livros. O maior elogio que eu posso receber de qualquer leitor é que meus textos parecem com os delas. Eu sou mera aprendiz, mas essa mulher é uma rainha. Mais de 80 livros publicados, um sorriso que não some no rosto e ela tem até um feriado em sua homenagem, na sua cidade natal!

Hoje eu queria compartilhar um pouco com vocês sobre como é conhecer seu autor favorito. Vê-lo de perto. Respirar o mesmo ar. Pegar autógrafo. Tirar foto. Eu vi Meg duas vezes na minha vida. A primeira foi em 2009 e a segunda foi em 2015, nas duas vezes que ela esteve no Brasil, divulgando lançamentos. Em 2009 ela estava lançando o que - na época - era o último volume da série "Diário da Princesa", que era "Princesa Para Sempre". Em 2015 ela veio para o lançamento do novo volume da mesma série: "O Casamento da Princesa" e, de quebra, para o lançamento da edição de colecionador de Diário da Princesa. Vou contar rapidinho como foi cada uma das experiências porque elas foram muito malucas e diferentes uma da outra, rs.

Eu e Meg em 2009
Quando eu encontrei essa linda pela primeira vez eu tinha recém-feitos 18 anos e estava no terceiro ano do Ensino Médio. Ela veio para a Bienal do Rio de Janeiro e participou com duas sessões de autógrafos, uma na sexta-feira e outra no domingo. O desespero já começou aí. Eu sou do Rio e sempre participava das Bienais, então deveria ser o paraíso. MAS NÃO ERA. 

No domingo - bem naquele domingo! - era dia de prova de vestibular! Dá para acreditar? Uma das fases da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) seria no mesmo dia que minha escritora favorita ia estar autografando! Por mais que eu tenha chorado para meus pais, eles não me deixaram faltar a prova.

Então o jeito era faltar o colégio e ir para lá cedíssimo na sexta-feira, a fim de garantir uma das poucas senhas e meus autógrafos. O problema? Eu tinha prova nesse dia. A sorte? Era prova de literatura. Lá fui eu toda fofa falar com minha professora (que inclusive é uma querida e conversamos até hoje. Beijos, Thereza) e explicar que eu queria faltar a prova para encontrar minha autora favorita de todos os tempos. Ela me deixou fazer a segunda chamada e eu comecei a mobilizar a família toda para me ajudar na empreitada de chegar no Riocentro e passar o dia inteiro na fila.

Naquela época (olha eu, bem velha) as coisas não eram tão organizadas como são hoje. As filas para Meg foram feitas no próprio estande da Record que, é claro, não estava preparado para receber a imensidão de gente que recebeu. Eu fui a primeira a chegar lá, perguntei onde era a fila. Ninguém nem sabia me dizer. Me apontaram qualquer lugar. Alguns minutos depois, uma avalanche de meninas correndo chegou e eles apontaram OUTRO LUGAR para fazer a fila! Conclusão? Fiquei para trás! Passaram mais de 20 cabeças na minha frente, cada uma delas guardando lugar para mais uma cambada de gente. Fiquei passando medo de ficar sem senha até a metade da manhã, quando finalmente distribuíram o papelzinho que valia como senha (um papel, veja bem!!!). Mas o atendimento da Meg seria feito por ordem na fila. O papelzinho só valia como "garantia" de que ela ia autografar o livro e tirar foto. Ou seja? Continuei lá na fila, na frente do estande, pelo resto do dia. Os autógrafos só seriam 16h ou 17h, não me lembro mais tão bem.

Minha família se mobilizou para ajudar. Minha mãe, minha irmã e meu primo estavam na feira para me dar assessoria e me levavam coisas para comer, passavam para ver se eu estava bem e ficavam na fila no meu lugar quando eu precisava ir ao banheiro. Fiquei tanto tempo lá que fiz até amigas (que tenho contato até hoje, nem que seja só online). Passei muita raiva com alguns fãs poser que estavam na minha frente, mas tentei ficar calma. Era um sonho. Ver Meg! Eu não ia deixar nada atrapalhar. Era muito louco. Eu nem conseguia conceber que aquilo ia realmente acontecer. Quando ela finalmente chegou, todo mundo ficou em alvoroço. Primeiro ela encontrou algumas meninas que ganharam uma promoção da editora (eu tentei, mas não ganhei. Chorei rios, mas superei, hahaha) e depois começou a sessão.

Eu nem lembro sobre o que conversamos. Lembro vagamente que eu dei uma cartinha com uma bandeira do Brasil mal desenhada, onde eu contava para ela que estava escrevendo meu primeiro livro (esse livro viria a ser Mocassins e All Stars). Eu também disse para ela isso ao vivo, que era escritora. E que era muito culpa dela. Ela, maravilhosa como sempre, disse que adorou e que queria ler. Eu estava estranhamente calma. Capaz de falar um inglês coerente! Sei que entreguei meu Diário da Princesa 10 e meu Ídolo Teen para que ela autografasse, batemos uma foto juntas (essa aí de cima), conversamos por alguns minutinhos até o moço mandar eu sair do aquário de vidro onde ela estava no estande e eu saí. Minha mãe estava esperando do lado de fora, com um sorriso orgulhoso e me perguntando "e aí?". Foi só quando a porta de vidro fechou atrás de mim e eu abracei minha mãe que eu comecei a chorar copiosamente. Mas não foi pouco não. Foi tanto ao ponto da própria Meg ver do outro lado do vidro e fazer uma careta de quem não estava entendendo nada, hahaha.

Fui para casa toda feliz e voltei no domingo para vê-la de novo, depois da prova de vestibular. Meus pais buscaram eu e mais duas amigas (inclusive a dona desse blog) no lugar onde fizemos a prova e fomos todos para o Riocentro. Quando chegamos, é claro, as senhas já tinham se esgotado. Isso não nos impediu de ficar feito três malucas colando a cara no vidro do aquário quando ela apareceu de novo. Nós e mais um milhão de pessoas que ficaram sem senha e fizeram o caos no estande, chacoalhando tanto que eu achei melhor sairmos de lá. Foi muito louco!

Eu e Meg em 2015
Já a minha cara nessa foto de 2015 não me deixa esconder que eu chorei copiosamente -  COPIOSAMENTE mesmo - desde que Meg PISOU na Saraiva do Rio Sul, onde rolou a sessão de autógrafos aqui no Rio de Janeiro. Desde que sua vinda foi anunciada, eu comecei a surtar. Quase todo dia tinha um pesadelo onde eu não conseguia vê-la, onde as senhas esgotavam, onde eu não conseguia chegar no shopping... Enfim, foi um parto.

Foi um período de muita preparação também! Eu enchi a mulher de presentes, gente! Mandei fazer uma caneca temática para ela, entreguei um Mocassins e All Stars autografado (mostrei o nome dela nos agradecimentos do livro e ela ficou toda feliz), dei essa foto nossa de 2009 impressa e também dei uma foto minha com minha pilha gigantesca de livros dela (essa aí debaixo). Além disso, também fiz uma carta gigantesca declarando todo meu amor e - mais louca ainda - fiz um BLOQUINHO todo desenhadinho/com colagens com 100 motivos pelos quais eu amava ela/os livros dela.

Eu tenho 1,75 de altura, só pra constar
Eu consegui duas amigas loucas para irem comigo para frente do shopping CINCO DA MANHÃ. É claro que fomos as três primeiras a chegar, mas juro que 5 minutos depois chegaram mais duas meninas. Minha loucura tava num nível que eu saí colando plaquinhas em todas as entradas do shopping que diziam "a fila da Meg Cabot é para lá ---------------->" (a setinha apontava a direção correta da entrada que tinha a fila). Na época, essas plaquinhas fizeram o pessoal da Record darem boas gargalhadas e saíram até no instagram do Guilherme Filippone (que trabalhava no marketing da editora, na época), hahaha. Organizei a fila inteira, fiquei estressada com gente furando (mas tentei não me importar tanto assim, afinal eu era a PRIMEIRA e ninguém ia entrar na minha frente, né? hahahha). Quando as senhas foram distribuídas (DEZ DA MANHÃ, tá? Lembrando que eu cheguei 5), elas eram numeradas. O que graças à Deus me permitiu ir para o Starbucks e encher a cara de café, pra ficar acordada até a hora da sessão de autógrafo.

Voltei para meu batlocal primeira da fila uns 30 minutos antes da sessão começar e, sem brincadeira, eu estava TODA ME TREMENDO. Quando todo mundo começou a gritar e Meg apareceu, acenando simpática, eu comecei a chorar. MUITO. Tanto que eu fiquei até com medo de não conseguir falar com ela. Mas consegui me conter e não fiz (muito a louca). Expliquei para ela que tinha chegado cinco da manhã (ela disse que eu era uma "maníaca, mas de uma forma boa"), mostrei todos os presentes e disse que já tínhamos nos visto em 2009. Ela foi linda, disse pra eu não chorar e pena que acabou tudo tão rápido. Dei a volta e fiquei olhando ela autografar o livro dos coleguinhas, ainda em prantos. Dessa vez eu tinha distribuído livros entre um monte de gente na fila que estava com espaço sobrando, rs. Consegui autografar mais de 10 livros. Nada como estar calejada de evento, né?

Enfim, gente: conhecer seu autor favorito é uma loucura. Os nervos ficam malucos, nossas emoções todas misturadas e não dá para saber como a gente vai se comportar. A única coisa que dá para saber é que vai ser uma experiência única e inesquecível, que você vai carregar pelo resto da sua vida <3

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