Jardim Feminista: Mulheres mães

Nessa última semana, eu li um livro que me fez pensar sobre a "mulher-mãe". Eu estou falando do livro Quando Eu Parti da Gayle Forman. Eu fiz uma resenha para o Estante Diagonal sobre o livro, mas aqui quero aprofundar um pouquinho no que mais mexeu comigo nessa leitura.



Na realidade, já faz um tempo que ando pensando sobre "mães". Acho que tudo começou aqui dentro de casa, observando o que tenho perto de mim. Cada ano que passa eu enxergo a minha mãe de forma diferente. Ela ainda é minha mãe, claro. Nunca deixará de ser mesmo quando no meio da briga ela diz que "não sou mais sua filha". A questão é que eu sempre a vi como minha mãe, muitas vezes esquecendo que ela é uma mulher. Um ser humano que teve 28 anos de vida antes da minha existência. E que mesmo nesses meus 25 anos, ela viveu coisas que eu não vi, sentiu coisas que só ela sabe. 

No livro da Gayle Forman, Maribeth é uma mãe de gêmeos que acaba sofrendo um ataque cardíaco aos 45 anos. Ela só deu conta disso depois que foi para o hospital após se sentir mal. Trabalhando fora, tendo que cuidar da casa, ela não tinha tempo para olhar para si mesma. E mesmo depois de ter passado por uma cirurgia, as pessoas a volta dela não entenderam que ela precisava deixar esse papel de mãe e esposa por um tempo. Precisava se recuperar tanto fisicamente, como em todo o resto.

Eu sei que as vezes é difícil entender nossas mães, mas as coisas ficam um pouco mais fáceis quando olhamos para elas além desse papel. Enxergamos que elas têm necessidades que muitas vezes são ignoradas para fazer o que nós filhos queremos. Que assim como a gente erra, elas também podem errar. Okay. Não é tão fácil, mas é necessário enxergá-la além do papel de mãe. 

Voltando para Quando Eu Parti. Maribeth se vê tão sufocada, com tanto medo de não se recuperar e morrer que acaba decidindo deixar tudo para atrás. Não em definitivo, mas até se recuperar. E Gayle consegue passar direitinho o sofrimento dela em fugir. Parece escolha mais fácil, mas acredite, para uma mãe nunca é. A questão é como ela se recuperaria levando a mesma rotina que foi um fator primordial para ela acabar em uma cama de hospital entre a vida e a morte?

As mães, normalmente, acabam virando o centro de tudo, o para-raio dos problemas. Só que elas não ganham super poderes quando nascemos para lidar com tudo isso. E só depende da gente mostrar para elas que tudo bem deixar um raio cair em um árvore e que elas podem contar com a gente tanto quanto nós contamos com elas.    

Um comentário:

  1. Oi Nina!! Eu adorei seu texto, eu tb vejo minha mãe a cada ano que passa de um modo diferente. Na verdade, eu acho as mães incríveis! Tanto que nem sei se eu conseguiria e nem se quero de verdade, ou seja, é um assunto que tb ando refletindo rsrsrrs Enfim, amei o post!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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