O dia em que eu encontrei a Jout Jout

Sem dúvidas o dia 27 de Maio de 2016 foi uma data importante pra mim. Importante porque uma coisa muito boa e atípica aconteceu, que fortaleceu ainda mais o motivo que me fez ir até ela: a admiração.



(Fonte da foto)



Vamos lá. Eu pensei em colocar no título que eu "conheci a Jout Jout", mas eu já a conheço há uns bons meses, na verdade. Eu sei o nome das cachorras dela, eu sei onde ela mora, sei o sobrenome dela, o nome do namorado, que ela adora Orphan Black. Sei um monte de coisas. E isso é o mais intrigante de tudo; eu sei muito sobre uma pessoa que nunca troquei uma palavra pessoalmente, sequer a vi. Doideiras e maravilhas da nossa tecnologia.

Tudo começou na semana em que a Jout divulgou no seu canal no Youtube um vídeo em que comunicava as primeiras datas do lançamento do seu livro, intitulado "Tá Todo Mundo Mal", lançado pela queridíssima Companhia das Letras (digo queridíssima porque é minha editora favorita). Decidi ir no lançamento do dia 27. Saí super cedo por que, além de morar longe, eu queria ser uma das primeiras a ter meu livro autografado. Chegando no shopping já avistei uma fila se formando na livraria Saraiva. Eu e minha amiga Marília decidimos já ficar por lá, mesmo sendo 11h e o evento só começar as 17h. Isso me lembrou o auge da minha adolescência, quando eu ia para os shows dos meus ídolos e passava horas na fila, com fome, cansada, porém fazendo novas amizades e vivenciando uma ansiedade sem igual. Confesso que essa adolescente nunca morreu, mesmo eu já tendo passado dos 20. E não quero que ela morra mesmo, ela me mantém muito viva alimentando essas aventuras.

Aos poucos a fila foi crescendo e eu só pensava o quanto era legal ver um monte de adolescentes ali, em quanta coisa boa a Jout Jout falava nos vídeos e que cada um deles estava ali por admirar isso. Inclusive, encontrei algumas meninas e meninos que são alunos da escola onde fiz meu estágio de licenciatura. Nesse momento o sentimento de ver até onde a influência da Jout está chegando me deixou mais contente ainda.

Depois de muitas conversas na fila sobre Ariana Grande e Fifth Harmony (e eu, me achando a velha conversando sobre divas pop com a galera adolescente, no fundo com um sentimento de culpa por isso. Que idiotice a minha. Eu gosto disso e assumo, mas o mundo diz que a gente quando passa dos 20 precisa ser um adulto sério e que gostar de coisas teoricamente adolescentes é errado. Enfim, isso seria um tema para um post completo. As 15h começou a distribuição de senhas. Os números finais impressos na pulseira ditavam a ordem, então, a minha foi a senha 52.

A fila assim que cheguei. E assim ficamos no chão da Saraiva até 17h.


Minha pulseira que garantiu o lugar na fila.

Essa imagem não traduz nem 1% da quantidade de pessoas que estavam do lado de fora compondo a fila.


Posso dizer que o evento foi bem organizado e sem atrasos, o que é realmente ótimo. Já por volta das 17h, vimos uma movimentação no andar de cima da Saraiva e, poucos minutos depois, lá estava ela. Nossa Jout Jout tão querida! A equipe da Saraiva e da Companhia das Letras estava junto com ela durante todo evento, assim como a mãe dela,  Caio e o irmão mais novo da Jout, o Paulo Manoel.

A equipe do evento não apressava os fãs, e nem a Jout. Todo mundo podia abraçar, conversar brevemente, aproveitar o momento. Aos poucos ia chegando a minha vez e eu ficava bem ansiosa. Quando vi a Jout chegando, e aquelas 600 pessoas da fila gritando, me deu um êxtase digno dos meus 15 anos, escorreu até umas lagriminhas. É engraçado como essas coisas emocionam a gente. Enquanto a fila ia chegando na minha vez, eu só pensava no que eu falaria para a Jout. Eu achava tudo meio retardado demais, adolescente demais. Lá estava eu com a minha mania de não querer parecer tola. Como se fingir alguma coisa fosse parecer legal, né. Pensei que não adiantaria dizer somente que eu a adoro, me identifico muito, que os vídeos são incríveis. Tudo isso ela já sabe, afinal a admiração e a identificação são os motivos de todo mundo estar ali e dela ter mais de 800 mil inscritos no canal no Youtube (até o momento em que redijo esse texto).

Olha ela ali! 

Faltava pouco! Ai meu coração!

Teve Caião na fila quando estava quase chegando a nossa vez :)


Eu observava a reação dela e das pessoas, e todos estavam muito felizes. Eu só conseguia pensar na minha vez. Até que minha amiga Marília foi chamada, e eu fiquei tirando fotos dela com a Jout. Eu só pensava "meu Deus, meu Deeus!" como tudo aquilo era tão legal, como a Jout Jout era atenciosa e querida. 

Quando chegou a minha vez, eu a abracei como quem abraça uma pessoa realmente querida, aquele abraço que você fecha os olhos e deixa fluir o melhor dos sentimentos. Durante esse abraço eu disse "querida, muito, muito obrigada por tudo, viu?" E ela me agradecia, principalmente por estar presente no evento. Depois eu vi nas fotos que os olhos dela também se fecharam durante nosso abraço. Pura gratidão.

Nos amamos virtualmente. Agora pessoalmente também♥

Ela começou a autografar meu livro, e durante esses segundos eu disse "Jout, eu faço Filosofia!" Ela fez aquela cara de "Nossa, que irado!" E continuei "Os meninos que foram meus alunos de estágio estão aqui na fila" Então ela, com a sinceridade que conhecemos, me disse "Meu Deus, que pressão!" Caímos na gargalhada, e eu continuei "Eu tenho é que te agradecer por ser essa influência maravilhosa pra eles, e por me ajudar tanto, inclusive para as aulas", ela se derreteu toda e me deu um abraço acolhedor, daqueles que fazem "oohh". Então olhamos para a câmera, batemos a última foto, e eu terminei "eu adoro seus vídeos, mas preciso dizer que aquele sobre o Justin Bieber me representou. Também sou uma "belieber" de mais e 20 anos" rimos de novo, e finalizamos com mais um abraço. Nesse último abraço que percebi o quão cheirosos eram aqueles cachos.

Saí feliz demais. Aquelas horas todas no chão da Saraiva esperando, comendo Mc Donalds de almoço e com a garganta doendo de tanto conversar com a galera da fila valeu muito a pena. Faria tudo de novo. A Fabiana adolescente estava mais viva e realizada do que nunca, assim como a de 20 e poucos.

Eu nunca pensei que viveria essa coisa de youtuber nessa idade. Eu sei que não sou velha, aliás, não existe idade para admirar uma pessoa, ter ídolos. Acho que os rigores da vida as vezes fazem a gente deixar o lado leve de lado, como se fosse algo errado. Depois que fui ao evento, que encontrei a Jout e vivi aquela tarde diferente e tão alegre, vi o quanto valeu a pena. Fiquei refletindo sobre ela e o porquê de eu estar lá, e me orgulho de admirar e de ter passado aqueles minutos com uma pessoa real e humana, que usa a internet para se comunicar trocando experiências, trazendo reflexões importantes para a vida, ou outras reflexões que parecem mais simples mas que são muito úteis porque se refletem nas atitudes (como o vídeo sobre como secar as mãos usando papel. Parece cômico mas faz todo o sentido), até mesmo para fazer a gente se divertir com o funk do cajado e o do biscoito. A Julia tem os 20 e poucos anos como eu e faz tudo isso, e eu aqui, com medo das minhas atitudes parecerem tolas ou adolescente demais devido a minha idade. Agora mais do que nunca me liberto dessas amarras.

 Julia foi muito carinhosa e atenciosa com todos, trocou aquelas breves palavras me olhando nos olhos, soltou aquelas risadas e disse o "nossa, que pressão" com aquela voz e entonação que a gente bem conhece dos vídeos. Pois é, ela é a Julia dos vídeos, não tem personagem. Carecemos de pessoas reais, nos defeitos e nas qualidades. Carecemos de espontaneidade, de troca, de afeto. E a Julia traz tudo isso pra gente. Que essa corrente se espalhe ainda mais por aí, todos nós temos muito a dizer e compartilhar :)

Obrigada por tudo, Julinha♥


Nosso papinho em imagens


E não é que ela curtiu nossa foto no meu Instagram?♥


Por um mundo com mais beijouts



Meu nome é Fabiana Lessa, tenho 21 anos e sou graduanda de licenciatura em Filosofia. Também sou formada em Fotografia e atuo na área. Me segue nas redes sociais pra gente se conhecer! :)

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