Resenha: No Centro da Terceira Fileira - G. C. Neves

Eu sou uma árdua defensora da bandeira de que não existe livro ruim, mas apenas gostos diferentes. Então, tudo de "RUIM" (e bota aspas nisso) que eu apontar nessa resenha é a apenas a minha opinião baseada na minha bagagem literária e no meu gosto pessoal.


O livro em questão é o "No Centro da Terceira Fileira" do autor G. C. Neves, que tem a seguinte sinopse atrás do livro:

"Você conseguiria imaginar o que a pessoa ao lado está vivenciando? Alguma pessoa já conseguiu dominar os seus sentimentos e as suas atitudes? Você já fez isso com alguém? Até que ponto a brutalidade de um homem pode ser dominada pela simplicidade de uma mulher? Beleza, um corpo esbelto ou popularidade seriam pontos fortes ou sinais de fraqueza? Quem está em vantagem no jogo da sedução? Perguntas como essas são respondidas nesta, obra, que aborda as coisas simples desses confrontos cotidianos, de maneira crua e por mutas vezes obsceno. Descaso, confiança, amor, sedução e sexo são coisas tão banias e tão presentes em nossas vidas que, quando fogem ao nosso controle, nos perguntamos onde erramos. Contudo, na verdade, sem querer, permitimos que elas estivessem sempre a nossa frente".
Não sei a onde eu tirei que o livro poderia ter algo como o filme "Mentes Perigosas", mas através da visão de um aluno ou vários. Eu imaginei que a história seria um pouco mais profunda, abordasse questões mais sérias que envolvessem o cotidiano de alunos. E relendo a sinopse agora enquanto digitava, eu acho que viajei na maionese mesmo. No entanto, depois de ter lido o livro, vejo poucas coisas da sinopse em relação com a história. Tantas indagações, parece que a história irá mesmo se aprofundar em todos esses pontos trazendo um certo quê de "moral dos acontecimentos".

O que temos, no meu ponto vista, é a história de um cara machista que está tentando passar no vestibular de medicina e enquanto isso vai pegar algumas amiguinhas do cursinho dele. Eu me senti muito incomodada com a mentalidade do personagem principal, principalmente para um garoto de quase vinte anos que está prestando vestibular. Ele é apresentado no começo da história como um cara que resolveu ser certinho naquele ano, mas que se desanda ao longo do ano por causa de "amor". 

Achei que o ator tem uma boa capacidade descritiva, principalmente nas cenas de sexo. Só que o livro é assim: fica aquele "jogo de sedução" por umas 150 páginas e nas 120 páginas finais temos uma cena de sexo atrás da outra. E o final, que tem a pretensão de ser surpreendente, talvez, não sei. Para mim virou uma forçação de barra.


Eu entendo que jovens "pseudo-machos" gostem de se chamar pejorativamente como "viados", "bichinhas", mas isso me incomodou profundamente. Principalmente porque não teve algo durante o livro que mostrasse que isso é errado! O livro não recebe qualquer tipo de classificação em na sua parte de editoração e ao meu ver é realmente difícil estabelecer um critério. Não vejo como um livro de infanto-juvenil ou YA, porque não trás uma "moral" ou "lição", pelo contrário. E também não vejo adultos lendo, já que a 90% dos diálogos não tem muita profundidade.

Como eu disse no começo dessa resenha é tudo questão de gosto. Eu não gostei. Acho que a história poderia ter sido melhor trabalhada e inclusive com uma melhor escrita. Achei estranho a utilização de colchetes para falar sobre alguma ação do personagem no meio do diálogo. Sem contar o uso do nome do personagem e dois pontos para diferenciar os diálogo, depois a fala aparecia igual aos pensamentos no meio de parágrafos... Mas quem sou eu para falar disso, né? Para dizer o que está certo ou errado, mas foram coisas que me incomodaram na leitura.

Se alguém mais leu ou for ler, me avisem o que acharem. Acredito que o autor tenha um grande potencial, apesar de eu não ter gostado dessa obra, e agradeço pelo exemplar autografado. 

Um comentário:

  1. Vixi, eu entendo que tudo é uma questão de gosto. Mas há uma diferença entre um livro de boa qualidade e outro que não muda nada na vida das pessoas. Pelo o contrário, só imprime os valores distorcidos dessa sociedade que a gente tenta com tanto afinco mudar.
    Eu certamente não leria!

    Beeeijos!

    www.ooutroladodaraposa.com.br

    ResponderExcluir