Irlanda: Minha lenda do Kilmainham Goal

Eu sei que estou escrevendo sobre a Irlanda com espaço de tempo alternados e de maneira super lenta. Mas no meio da minha cabeça louca, por enquanto, essa é a melhor maneira de eu organizar as ideias. Apesar de fazer mais de um mês, aquela ilhazinha ainda mexe com o meu coração (acho que sempre irá mexer).

Pois bem, no dia 05 de fevereiro, uma quinta-feira, foi o dia de visitar a Kilmainham Goal (não me pergunte como se fala isso. Eu tive que pesquisar no google para ver se tinha escrito certo rs). Nesse dia foi a Tani, a Mi e Eu. E que dia foi esse!




A prisão fica em Dublin, mas é que nem a minha residência, não fica em Dublin City. Pegamos um ônibus e algum tempo depois já estávamos lá. Ela foi construída em 1796 e só foi desativada por volta 1920 . Ela ficou famosa pelos seus prisioneiros políticos na época em que a Irlanda estava tomada pelos britânicos. Lá eram aceitos todos os tipos de presos, até mesmo crianças (a mais nova a ser presa tinha 7 anos), que ficavam em situações bem precárias. Cada cela com cerca de 5 presos recebia um vela que deveria durar duas semanas como única fonte de luz e calor. 

Corredores e celas.
Ela ficou abandonada por muito pelo poder público que não tomava uma decisão sobre o que fazer com ela, já que o prédio carregava (e ainda carrega) marcas da opressão e sofrimento de todos os presos que passaram por lá. Só na década de 1960 que começaram as primeiras medidas de restauração, que levaram mais de 10 anos para serem concluídas. 

Hoje em dia, o Kilmainham Goal tem um lindíssimo e bem estruturado museu sobre a história do nacionalismo irlandês e uma visita guiada pelas principais partes da prisão.

Parte moderna com o museu sobre o nacionalismo irlandês.

E foi nesse passeio pela prisão que meu espírito de "brasileirice" aflorou. Eu estava mega doente, com o nariz escorrendo e com vários acessos de tosse. Como parte da experiência, a parte da prisão não oferece qualquer tipo calefação. Eu estava com frio mesmo cheia de casaco, eu ficava imaginando como deveria ter sido na época dos presos que mal tinham uma vela. 

Pátio da prisão
Quando estávamos em uma parte das selas que ficavam no segundo andar, a esperta resolveu enxugar o nariz com o papel que estava no bolso. Só que a esperta coloca um monte de coisa no bolso, quando puxei o papel outro saiu junto e caiu no andar de baixo. Eu só olhei para Tani e pensei "ai que merda". Até uma outra turista que viu a situação riu da minha cara. Para mim sorte, descemos para o andar debaixo e eu sai correndo atrás dos meus CINCO EUROS!!

Celas dos líderes de 1916 antes da execução. E onde quase perdi 5 euros!
Infelizmente, a parte mais "bonita" da prisão estava em restauração. Uma espécie hall central das celas cheio de escadas em armação de ferro. 

Mas eu tive uma surpresa maravilhosa quando terminamos nosso tour e estávamos prontas para ir embora e percebi que tinha perdido meu LeapCard (cartão de transporte) com QUARENTA EUROS! Perguntamos na recepção se alguém tinha achado um leapcard, mas nada. E essa é a minha lenda do Kilmainham: deixe os 5 euros para os fantasmas da prisão, ou eles vão te tomar seu LeapCard cheio da grana. Depois dessa também, só recarga de 15 euros no máximo!

Visitinha rápida aos jardins do Museu de Arte Moderna (em frente a Kilmainham Goal).
Na sexta, para fechar a primeira semana tive a minha primeira despedida. Essa é uma coisa chata do intercâmbio. Você conhece gente a todo momento, mas sempre tem alguém indo embora. Recomendado por um professor fomos para um pub verdadeiramente irish, como rugbi na tela e tudo. Lá nos reunimos com a Tani, Jady, Jirri (o Tcheco), Débora, Daniel (Koreano), Keema (Koreana), Minji (Koreana), Tamako (Japonesa) e Kana (Japonesa) para a despedida da Mi e do Yann (Francês). 

Turma na primeira semana com a Prof. Claire (Echarpe vermelho)


O Yann foi um fofo quando me viu mega doente e ofereceu um remédio que me ajudou rapidinho a melhorar. O asiáticos compraram um torta para despedida dele e tivemos uma noite muito divertida. Mesmo morrendo de frio, porque o pub era aberto. 



No próximo post vou falar do passeio até Galway e da corrida de cavalos no meu primeiro final de semana! 

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