Desafio de releitura: Harry Potter e o Cálice de Fogo

Olá, pessoal! Após um longo e tenebroso inverno de leituras lentas, estou de volta com meu redescobrimento da saga Harry Potter, dessa vez com o Cálice de Fogo. 
Antes de continuar, só quero justificar a demora mais uma vez, dessa e dos outros livros que virão. Como os livros se tornam muito grandes (passam facilmente de 500 páginas), eu parei de carregar na bolsa do trabalho (e é no transporte público onde eu tenho mais tempo de leitura). Mas, devagar e sempre, vamos dar conta do recado. 
Então, prontos para embarcar mais uma vez a Hogwarts?




De início, faço uma comparação entre impressões da leitura. Nos primeiros contatos, sempre tive a impressão de que esse livro não se encaixava nem com o perfil infanto juvenil/cheio de aventuras/introdução ao mundo bruxo como os três primeiros, mas também não se adequava bem com o perfil adulto/sombrio/político que permeia os três últimos livros. Devo dizer que essa releitura me fez observar que ele se afiniza muito mais com o final da saga do que o início. Apesar de ser um livro cheio de aventuras.

Anh? Como assim?

Calma que eu me explico.

Mas antes, aqui começarão os famigerados spoilers, mas em se tratando de uma saga que foi concluída há 10 anos (e cujos filmes foram lançados também há um bom tempo), podemos falar sem muitos dedos. O recado, porém, foi dado.

Resumindo a história pra quem não se lembra, Harry Potter acaba de descobrir que seu padrinho esteve preso injustamente por anos, um dos melhores amigos do seu pai é um seguidor fiel do Você Sabe Quem e ele retorna pra mais um ano tranquilo em Hogwarts (só que não). Haverá uma competição mágica interescolas e internacional que somente alunos de 17 anos podem participar. Mas naturalmente o nome do Harry aparece no meio. Então, ele posto a provas (quase) mortais, desafios intensos e, ao final, há um desvio nos planos e ele é levado para ficar cara a cara com seu maior algoz, que finalmente retorna à "vida" e pretende voltar ao poder.


Com uma grande quantidade de novos personagens (que, em sua maioria, serão relevantes para o decorrer da saga), temos aqui o primeiro vislumbre do mundo bruxo "de verdade". O problema não se restringe mais a uma grande aventura que Harry, Rony e Hermione devem resolver ao longo do ano, agora a ameaça se torna real e ultrapassa os muros do castelo. Nesse sentido que me refiro que o livro tem uma pegada muito mais sombria e articulada do que os anteriores, porque agora temos professores, adultos e diversas outras pessoas se envolvendo na situação "retorno dAquele que não deve ser nomeado", por mais que certos Ministros façam vista grossa.

Entretanto, a jovem leitora que habita em mim sempre achava que o Cálice era ressonante com os primeiros livros porque toda a trama do Torneio Tribruxo, com as tarefas e as relações sociais com os convidados, era muito juvenil e se assemelhava muito com os primeiros três livros. Talvez, até a Terceira Tarefa do Torneio, de fato tenha esse perfil. Mas o fim do livro e, especialmente, o último capítulo, é quase uma introdução ao quinto livro, e foi uma grata surpresa ver essa construção da trama final bem sedimentada desde esse ponto.


Um comentário digno de nota é que, pela primeira vez, o livro não começa com a perspectiva do Harry e, sim, com Voldemort (ops) e seus seguidores. Isso foi um dos motivos pra que, na minha primeira leitura, eu tivesse demorado tanto a ler esse volume (e isso se repetiu um pouco nessa releitura). Outra trama que é bem importante no livro e eu havia esquecido completamente por conta dos filmes é a existência do F.A.L.E. e a luta da Hermione pelo direito dos Elfos Domésticos. Como eu não sou muito fã do Dobby, nem tinha me incomodado com a omissão... rs

No geral, foi uma releitura muito agradável e especialmente o final me deixou empolgada para a Ordem da Fênix (que é meu tendão de Aquiles com a saga...). Com o fim do ano se aproximando, espero encarar logo esse novo desafio e, principalmente, espero me surpreender positivamente (de novo) com a saga e a riqueza que os livros tem a oferecer.

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